quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Liberada vacina contra HPV para homens

- O Estado de S.Paulo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso em homens de uma vacina quadrivalente para o papilomavírus humano (HPV). Até agora, a imunização só estava disponível para mulheres.

Em ambos os sexos, o HPV pode causar câncer, embora, nas mulheres, a evolução para displasias - quadro prévio ao tumor - seja mais comum. Surgem cerca de 468 mil novos casos de câncer de colo de útero todos os anos. Quase todos podem ser atribuídos ao HPV.

A vacina foi aprovada depois de um estudo publicado no The New England Journal of Medicine (NEJM) que comprovou uma redução de 90% na incidência de verrugas genitais em homens de 16 a 26 anos que tomaram a vacina. Cerca de 4.065 homens participaram do estudo. As verrugas podem evoluir para câncer.

Por enquanto, a vacina, produzida pela farmacêutica MSD, estará disponível apenas na rede privada. As mulheres também não recebem a imunização na rede pública. As três doses do produto, necessárias para induzir a resposta imunológica, custam cerca de R$ 1 mil. O contágio ocorre principalmente por via sexual, mas, ao contrário do HIV, o preservativo não é tão eficaz.

Por isso, muitos especialistas defendem a vacinação. José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP), recorda que o câncer de pênis ainda é raríssimo no País, mas o de colo de útero é o segundo mais prevalente entre as mulheres. A vacinação dos homens também serviria para proteger as parceiras.

Nos dois casos, a imunização deveria ocorrer antes do início da vida sexual para garantir a eficácia da vacina. Especialistas ligados ao governo federal ainda consideram o custo proibitivo para inclusão da vacina no calendário nacional de imunização.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nova vacina Prevenar 13-Valente

Já está disponível em nossas clínicas a Vacina Prevenar13-Valente, lançamento do laboratório Pfizer/Wyeth. Está vacina veio substituir e aumentar a proteção das crianças (6 sorotipos a mais) em relação a Vacina Prevenar 7-Valente que estava no mercado.

A idade indicada para a administração desta vacina é de 2 meses até 5 anos (antes de completar o 6º aniversário).

As crianças que já haviam iniciado o esquema com a Prevenar 7-Valente podem completá-lo tranquilamente com a Prevenar 13-Valente. Crianças que já completaram o esquema prévio com a Prevenar 7-Valente podem realizar um reforço com a Prevenar 13-Valente a partir de 2 anos ou de acordo com a prescrição médica.

O esquema de administração continuará o mesmo:
- 2 a 6 meses: 4 doses
- 7 a 11 meses: 3 doses
- 12 a 23 meses: 2 doses
- 24 a 5 anos: 1 dose
* 1 dose de reforço a partir de 2 anos para aqueles que já completaram o esquema com Prevenar 7-Valente.

Indicação:
- Doença pneumocócica invasiva: sepse (infecção generalizada), bacteremia (infecção da corrente sanguínea), meningite pneumocócica, pneumonia bacterêmica e empiema pleural (presença de pus na cavidade pleural).
- Doença pneumocócica não invasiva: pneumonia e otite média. Vacina 13-valente será primeira a apresentar 100% de cobertura aos sete tipos de bactérias do pneumococo mais resistentes aos tratamentos com antibióticos que atingem as crianças brasileiras.

Para maiores informações consulte seu médico ou entre em contato conosco através do fone (48)3035-1322.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vacinas contra HPV

VACINA CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV)


Renato de Ávila Kfouri¹

A infecção pelo HPV é uma freqüente doença sexualmente transmissível (DST) e a sua associação com o câncer de colo de útero está muito bem definida. A transmissão por outras vias: sanguínea, canal de parto e materiais contaminados pode eventualmente ocorrer.

Existem cerca de 100 tipos do vírus sexualmente transmissíveis. Esses são classificados como de baixo risco e de alto risco (oncogênicos). Os tipos de baixo risco estão relacionados às verrugas genitais e, dentre eles se destacamos os tipos 6 e 11 como os mais incidentes. Já os de alto risco estão relacionados ao câncer do colo do útero, e entre os mais comuns citamos o 16 e 18 (responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero).

A infecção pelo HPV normalmente ocorre após início da atividade sexual, estimando-se que cerca de 70% das mulheres com vida sexual ativa se infectarão com um mais tipos de HPV.

A apresentação clínica da infecção pode variar desde formas assintomáticas até a neoplasia cervical. Importante lembrar que o vírus pode infectar não só região genital como também as regiões próximas.

As doenças mais comumente relacionadas com o HPV são o condiloma genital e o câncer de colo do útero.

O câncer cervical é a segunda doença maligna mais comum entre as mulheres, perdendo somente para o câncer de mama. Estima-se que ocorram cerca de 470.000 novos casos por ano em todo o mundo, com 230.000 mortes. No Brasil, segundo estimativas do Instituto nacional de Câncer (INCA), ocorrerão 19.000 novos casos da doença neste ano.

Após a infecção pelo vírus a grande parte das mulheres infectadas evolui para a cura, eliminando o vírus, porém em cerca de 10% delas, o vírus persiste, podendo ser transmitido e evoluir para lesões cancerosas ou pré-cancerosas.

Recentemente a ANVISA licenciou em nosso país, uma vacina quadrivalente contra o HPV produzida pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, internacionalmente conhecida como Gardasil®.

A produção da vacina se baseia no desenvolvimento de partículas semelhantes ao vírus (VLP), onde a principal proteína do capsídeo (L1) é expressa sem o DNA, se tornando portanto não infectante, ou seja, sem capacidade de produzir doença.

A vacina contempla os tipos 6, 11, 16 e 18, e apresentou excelentes resultados na prevenção de verrugas genitais e câncer cervical nos estudos de fase II e III de seu licenciamento, com eficácia de aproximadamente 100% para esses tipos.

A vacina se mostrou segura e eficaz, com eventos adversos leves (dor local, vermelhidão, cefaléia e febre baixa) e de curta duração.

O esquema de doses consiste na aplicação de três doses com intervalos de dois e seis meses após a primeira, aplicadas via intramuscular. A duração esperada da proteção após a imunização é de no mínimo cinco anos, e estudos futuros indicarão a necessidade de doses de reforço.

Seguindo a recomendação do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a vacina foi aqui também licenciada para uso em meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade. O ideal seria que as meninas fossem vacinadas precocemente, isto é, antes do início da atividade sexual, porém mulheres que ainda não se infectaram ou que já tiveram contato com algum dos tipos, podem se beneficiar protegendo-se contra os demais tipos.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda, em seu calendário 2006/2007, o uso rotineiro em meninas entre 11 e 12 anos de idade, acreditando ser esse imunobiológico, importante marco na prevenção do câncer cervical.

Muitos estudos virão a esclarecer algumas dúvidas que ainda persistem: Outros grupos podem se beneficiar com essa vacina? Qual a idade limite para a sua aplicação? Homens podem se proteger de lesões anogenitais?

Além disso, as análises de custo benefício serão de fundamental importância para se definir a melhor estratégia de controle da doença num programa de saúde pública.

Importante salientar que a vacina não substitui outros métodos de prevenção de câncer de colo (exame Papanicolau) nem tampouco permite o abandono do uso de preservativos, na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST).


¹Médico Pediatra do Centro de Imunização Santa Joana

Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações